Transposição do Velho Chico
compreensões acerca da lógica desenvolvimentista em comunidades rurais.
DOI:
https://doi.org/10.56148/2675-2328reupe.v6n1.2.249.pp24-35Palavras-chave:
Transposição, Povos da Terra, Direitos Humanos, ExtensãoResumo
O artigo de pesquisa foi desenvolvido a partir da experiência de extensionistas no programa “TransVERgente” que conta com uma equipe multi e interdisciplinar, com o intuito de viabilizar espaços de cuidado a partir de ações de prevenção e promoção em saúde voltadas para a população impactada pela transposição do rio São Francisco em Sertânia/PE. Dessa maneira, a partir de experiências neste território, nosso objetivo é identificar discursos de poder que em nome da lógica desenvolvimentista violentam o modo de vida da população residente nas comunidades. A metodologia utilizada para caminhar nesses espaços foi a Cartografia Clínica, portanto, o trabalho analisa fontes documentais constituídas por propagandas divulgadas por órgãos governamentais e compara esses documentos com a realidade circunscrita nos diários de bordo das extensionistas, que presenciaram as narrativas sobre os impactos da obra. Os resultados desse programa foram ações traçadas coletivamente em coparticipação com a comunidade, apresentadas por imagens que mostram as atividades feitas. Diante disso, as principais considerações são referentes à lógica desenvolvimentista que parte de um lugar de poder e que usa do discurso em nome do “desenvolvimento” para violar direitos humanos, sociais, territoriais e de saúde da população residente nos entornos da transposição.
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